Due Diligence: O que é?
Compliance

Due Diligence: O que é?

Bruno Basso
5 de mar, 2025
5 mins
Tempo de Leitura: 5 minutos

Em qualquer transação significativa — seja a fusão entre duas empresas, a compra de um imóvel, a entrada de um novo sócio ou até mesmo a contratação de um fornecedor — ninguém quer correr o risco de descobrir tarde demais que fez um mau negócio.

Nesse contexto, a due diligence surge para garantir transparência, segurança e conformidade, prevenindo os riscos financeiros, jurídicos e reputacionais. 

Mas como realmente funciona a due diligence? Quais são os riscos de negligenciá-la? Nós explicamos tudo neste artigo.

Boa leitura!

 

O que é Due Diligence?

O termo due diligence vem do inglês e significa “diligência devida” ou “devida diligência”. Na prática, é um processo de investigação detalhada, com análise de riscos e verificação de informações antes de concretizar uma transação comercial.

Embora tenha surgido no mercado financeiro e no direito societário, a due diligence hoje se aplica a diversas áreas, como fusões e aquisições, compliance, mercado imobiliário, investimentos e até relações trabalhistas, com principal objetivo de identificar possíveis problemas ocultos que possam comprometer o sucesso da operação em algum momento.

Pense na due diligence como um check-up médico antes de uma grande competição esportiva: se houver algum problema sério, é melhor descobrir antes do que depois da corrida começar.

Tipos de Due Diligence

Mas, diferente do check-up médico, nem toda due diligence é igual. 

A abordagem vai depender do contexto e é aí que o foco da análise pode mudar. Quer saber quais são elas? Separamos 05 tipos de due diligence. 

  • Due Diligence financeira

Um dos tipos mais comuns, é a due diligence financeira, que analisa a saúde financeira de uma empresa, verificando os balanços, fluxo de caixa, endividamento, receitas e despesas. O objetivo aqui é identificar possíveis riscos contábeis ou passivos ocultos que possam comprometer a viabilidade da operação no futuro. 

  • Due Diligence jurídica

Já a due diligence jurídica trabalha nos aspectos da conformidade da empresa com obrigações legais e regulatórias, com análise de contratos, litígios pendentes, propriedade intelectual, passivos trabalhistas e demais questões legais. Além de verificar os mecanismos de controle existentes na organização, como um Programa de Compliance e Integridade e um Programa de Governança em Privacidade.

  • Due Diligence operacional

Com foco na análise dos processos internos da empresa, a due diligence operacional avalia a eficiência, cadeia de suprimentos, estrutura organizacional e riscos operacionais de uma organização. No caso de setores como indústria, logística e tecnologia, essa estratégia é muito importante, visto que são operações complexas.

  • Due Diligence ambiental e social (ESG)

Com a preocupação global com questões ambientais e a pressão dos stakeholders pela adoção das práticas sustentáveis, o due diligence ESG avalia os riscos relacionados a impactos ambientais, responsabilidade social e governança corporativa. 

Tudo para garantir que a empresa esteja alinhada com padrões éticos e regulatórios, além de minimizar riscos financeiros e reputacionais.

  • Due Diligence na segurança de dados

A transformação digital aumentou exponencialmente os riscos cibernéticos e com a crescente ameaça de ataques virtuais, vazamento de dados e falhas na conformidade regulatória, a due diligence também passou a se aplicar na mitigação de riscos e na proteção dos ativos tecnológicos das organizações.

O processo de due diligence cibernética envolve a análise de infraestrutura tecnológica, segurança da informação, governança de dados e compliance com legislações como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR). 

Além disso, empresas que lidam com grandes volumes de informações precisam avaliar seus protocolos de resposta a incidentes e a eficácia de seus sistemas de monitoramento e detecção de ameaças.

Outro aspecto é a auditoria de fornecedores de tecnologia e parceiros comerciais, afinal, com um cenário de interconectividade global, uma vulnerabilidade na cadeia de suprimentos digital pode comprometer a segurança de toda a empresa. 

Assim, a due diligence no âmbito digital deve abranger contratos com terceiros, níveis de conformidade com padrões internacionais e práticas recomendadas para segurança cibernética.

Como é o processo de Due Diligence?

Assim como todo processo de conformidade, a due diligence também pode variar conforme o tipo de transação. Mesmo assim, existem 3 passos que podem ser considerados no procedimento.

São eles:

01. Planejamento e escopo

O primeiro passo é definir, antes de agir, quais áreas serão analisadas e quais informações devem ser coletadas. Nesse primeiro momento, algumas perguntas precisam ser respondidas.

  • Qual é o objetivo da due diligence? – aqui, podemos usar os tipos como base. 
  • Quais documentos e informações serão analisados?
  • Quem conduzirá o processo? – neste caso, falamos de advogados, auditores, administradores, consultores da área ou pelo setor de compras ou compliance da organização. 

 

02. Análise das informações

No segundo passo, os especialistas escolhidos para conduzir o processo são encarregados de revisar os documentos financeiros, contratos, relatórios de auditoria, passivos trabalhistas e outros dados levantados na primeira etapa. 

Muitas vezes, a análise vai além dos documentos e inclui entrevistas com gestores e visitas às instalações da empresa.

 

03. Tomada de decisões

Com a análise, é preciso elaborar um relatório final destacando os principais riscos e quais recomendações para mitigá-los. E, com base nesses dados, os envolvidos decidem se a transação deve ser concluída, renegociada ou abandonada.

 

Riscos de ignorar a Due Diligence

Agora que sabemos o que é due diligence, seus tipos e qual o processo, é preciso entender o que a ausência dele pode gerar. 

E, adiantando o assunto: a falta dessa estrutura pode causar danos irreversíveis a uma empresa. Para explicar, recorreremos a um exemplo famoso, de 2011, envolvendo a Volkswagen. 

Nesse caso, a Volkswagen ao adquirir a MAN em 2011, não investigou profundamente um esquema interno de corrupção – e essa falha resultou em uma multa de US$150 milhões. 

E, é claro, não para por aí: os danos se estenderam à credibilidade da marca, que teve sua reputação manchada pelo episódio. 

Nesse exemplo, uma investigação com análise dos processos internos, revisão de conformidade com legislações anticorrupção e auditoria em transações financeiras suspeitas, teria evitado tantos problemas. 

Entendido o exemplo prático, vamos aos outros riscos que a falta de due diligence pode causar. 

Primeiramente, no aspecto financeiro, a falta de uma análise pode expor a empresa a passivos ocultos, resultando em perdas que afetam a viabilidade da operação e o fluxo de caixa. 

Já no campo jurídico, os contratos mal avaliados e herança de litígios não identificados podem comprometer a segurança jurídica da empresa, resultando em multas e sanções inesperadas. 

Além disso, a negligência no processo pode levar a um desgaste reputacional, especialmente quando há envolvimento com parceiros comerciais ou ativos associados a práticas ilícitas ou antiéticas.

 

Tenha acompanhamento jurídico para evitar surpresas. 

Como diz o ditado: “é melhor prevenir do que remediar” – e nos negócios, essa máxima pode valer milhões. Neste sentido, a due diligence é necessária para evitar arrependimentos no futuro. 

Afinal, ao longo do artigo, vimos que um processo bem estruturado reduz riscos, fortalece a governança e protege sua empresa de prejuízos financeiros e reputacionais.

Para empresas que realizam fusões, aquisições ou parcerias estratégicas, conduzir uma análise minuciosa não é um luxo, mas uma necessidade. 

Por esse motivo, ter o acompanhamento jurídico e um processo de due diligence realmente eficiente significa tomar decisões com mais confiança e transparência.

Quer garantir que sua empresa esteja protegida e alinhada às melhores práticas de compliance? A GEP Soluções em Compliance pode ajudar você a estruturar um processo seguro.

Entre em contato e descubra como fortalecer sua estratégia empresarial!

A sua empresa possui algum desses desafios?

GEP-Compliance

Falta de tempo

GEP-Compliance

Falta de equipe

GEP-Compliance

Falta de conhecimento

Entre em contato com nossos especialistas que vamos te ajudar!

Outros conteúdos

Inscreva-se em nossa newsletter

Acesse, em primeira mão, as nossas principais notícias diretamente em seu e-mail